terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

KWE ZULU

quando fecho os meso
uma escuridão me ilumina
e vem do congo, moxicongo
a força que me anima
é por dentro o barravento das palavras
indaka que não se cala
ingoma soando em mim
...vem no vento, sibilando, cada sílaba...
eu, poeta, uma espécie de vodunsi
(olhos de Zambi)
boca de tudo
nada vejo
calo e me curvo de surran pra inspiração
rogo a espada dos verbos
o alá das metáforas
um mariwô pros meus versos
ouço...ouço o ilá no ouvido do mundo
ouço o fundo do fundo de mim...

a poesia, então, se eleva feito inkisi
vindo de caçadas ou maiangas
o poema se abre como um barracão de memórias
resta o chão
e eu

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